18 de março de 3088.
Local: Desconhecido
Eu fugi, finalmente eu fugi. Por merecimento eu ganhei essa nave e fugi sem olhar para trás
Assim como me ensinaram, todo tchau é um até logo desde que não se olhe pra trás.
Estou a realizar um sonho, mas sonhos realizados não são troféus,
E sim memórias.
Estou há mais de 10 mil anos-luz da Terra, e penso se,
Daqui a 10 mil anos, se alguma criança lá verá um pequeno ponto no espaço
E vai imaginar
"Será que tem alguém lá?"
O sonho dela era viajar pelo espaço
Ter um céu estrelado fosse noite fosse dia
Nem com trânsito, nem vírus, nem guerra se importaria
Que sonho tiveras.
Acordou e o barulho da chuva ainda tocava em seu celular
Deu duas batidinhas na parede e o eco seco a fez lembrar
Que eram apenas 5 centímetros de metal
Que a separavam do
Silêncio total,
Do frio absoluto,
Do vazio da existência.
Era do espaço ou era de um coração que falávamos?
O computador estava configurado com uma voz familiar
Se não era a fala de um anjo, era uma canção de ninar
Um alarme na tela piscando, uma pequena luz vermelha,
Era um pedido de ajuda, para a esperança, a última centelha.
Preciso me concentrar. Estou em uma missão de salvamento de uma possível nave perdida no espaço
Apenas uma mensagem chegou aos meus sensores
"Ajude... por favor... "
A todo vapor, a todo furor, a quem interesse, estou indo ajudar
Aquela pequena criança que olha pro céu, esperando
A toda velocidade, pelo hiperespaço, a esperança vou levar
E daí não serei só eu,
Um computador,
E apenas uma folha de metal
Que vai viajar pelo espaço.