Sophia em Alto Mar


A vida é um marujo
Em sua primeira viagem em alto mar
Hasteando alto suas velas
E tentando esquecer tantas mazelas
Ele vai navegando e pensando
Lembrando de um futuro que talvez nem aconteça
E não é porque ele não mereça
É só porque ele não teve sorte
E ele tentou, tentou até a morte
Fazer esse barco virar
Ele talvez não estava preparado
E é nesse pensamento que ele se segura
Como se estivesse em uma tempestade, de loucura



Pedir sinais aos céus nem sempre é
Tudo aquilo que ele precisava
E no final das contas foi mais um tiro no pé
Pois agora há todo um novo caminho a trilhar.

Acho que o conselho mais forte
Que um pai pode dar para uma filha é
"Siga seu coração"

E assim Sophia vai andando
Em seu caminho de pedras, sem pedras no caminho
E sem nenhuma preocupação
Segurando um par de livros rente ao peito
Pois pra ela as palavras devem andar perto do seu coração,
No mesmo compasso.
São elas que demonstram os sentimentos
E isso se torna um dilema
Quando o destino cria um esquema
E nos deixa sem palavras
Frente àquela pessoa.
Pra ela não existe coisa tal como o destino
Pois quem decide pra onde ir são seus próprios pés
Não há caminho estreito ou vão fino
Que a faça andar mais devagar ou mesmo a impeça
E na cabeça dela é certo como viver ou morrer que somos todos peças
De um jogo qualquer
E se essa ideia pareceu um pouco ambígua ela não se importa
Porque para Sophia não há estrada torta quando caminhamos reto
E se há um sonho que ela tem desde cedo
É o de caminhar sem medo.


Chegamos ao fim de mais uma viagem
Mas todo final não significa um novo começo?
É partir, de seu porto seguro, para águas nunca antes desbravadas
Criar novos caminhos, cruzar rotinas, conhecer estrelas que nunca foram avistadas
E remar.
Remar ao som do mar batendo no casco
Todos temos um, não se engane
As pessoas, afinal de contas, são como pedras
Só a água, ao passar de anos, paciente e presente
É que as mudará.